terça-feira, 4 de setembro de 2007

À parte

E quando o problema não é só cultural? E quando a obrigação do Estado vai além da promoção de cidadania e atrela-se a questões sociais, envolve os direitos básicos garantidos pela Constituição que não são absorvidos e garantidos a toda a população?
Um problemão!

Nesse contexto a falta de incentivo pedagógico acaba tornando-se segundo plano. A precariedade e a não-existência de moradia, situação estampada desde 1961 pelas famílias de trabalhadores rurais, é o foco dos projetos governamentais de reintegração à sociedade.

O MST conta com 330 mil famílias (entre assentados e acampados) espalhadas por 23 dos 27 estados do território brasileiro. Devido a iniciativas do próprio movimento, 97% das crianças e jovens da comunidade conseguem cursar até a 4ª série. São 160 mil estudantes freqüentando as 1.500 escolas públicas disponíveis para a educação básica. A situação agrava-se quando esses concluintes, os que não desistiram apesar da distância e da precariedade do ensino, almejam continuar no banco da escola. Para a educação fundamental, apenas 200 estabelecimentos os atendem, e para o ensino médio o número cai para 20.

No entanto não é o fim da trajetória. Já “alheios” ao sistema convencional, em parceria com a Coordenadoria de Educação Infantil (organização criada pelo próprio MST), é promovido todo dia 12 de outubro, desde 1998, o “Encontro Nacional dos Sem-Terrinha”. Esse projeto tem como objetivo provocar nas crianças e jovens do movimento, a análise e a projeção do olhar crítico sobre as diferenças sociais e o direito de cada cidadão: “Nesse evento falamos sobre os direitos deles, sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente. Há oficinas de pintura, argila e teatro de bonecos. As crianças, por exemplo, visitam favelas e em seguida vão para aeroportos para ver o contraste, fazem redações sobre isso. As atividades variam muito de acordo com a cultura que as crianças trazem de cada estado”, explica Edgar Kolling, coordenador do Coletivo Nacional de Educação do MST.

Diante de uma situação de ‘eterna’ reclusão social, inaptos a se integrarem ao sistema convencional, o futuro das comunidades agrárias vai se formando. Sem oportunidades, talvez. Mas com consciência suficiente para defender seus propósitos.


FONTE:
MST

Boletins Informativos

http://www.andi.org.br/noticias/templates/boletins/template_direto.asp?articleid=3616&zoneid=21



3 comentários:

Rodrigo Santos disse...

Confesso que não sou muito fã das ações do MST.
Mas não vou ser hipócreta de defender o Estado.
se cada um fizesse a sua parte.....
aaaaaa que bom seria


bom texto bruna

Anônimo disse...

No caso apresentado no texto a questão não é nem a familiarização ou a aceitação dos ideais do MST.
Eles são um grupo já à parte do sistema. São carta fora do baralho e sem a intenção de, futuramente, entrar no jogo. O sistema não os prepara. Então alguém tem de fazê-lo.
Há outros métodos utilizados pelo MST para capacitação dos membros da comunidade e para a erradicação do analfabestimo (eles fazem uso de um sistema cubano que ensina a ler e a escrever em 35 dias, verei se disponibilizamos no blog mais informações sobre o assunto)
Um exemplo a ser tomado. Sem muitos recursos e sem perspectiva de uma vida diferente, eles vão se projetando e buscando melhorias. POR PRÓPRIA CONTA.

A terceira intifada! disse...
Este comentário foi removido pelo autor.