Qualquer assunto de cunho social que venha a ser discutido no Brasil tem de ser feito pela ótica da diversidade. Diversidade cultural, social e econômica, levando em conta as particularidades de cada região. O ensino por muitas vezes não funciona porque a metodologia e a maneira como os profissionais são capacitados não defendem os principais objetivos das dadas comunidades.
O texto deste blog ‘À Parte’, de Bruna Gonçales, evidencia isso. Quando pensamos em um projeto do Movimento Sem Terra que não tem como “ambição” diplomar pessoas, e sim formar cidadãos que estejam aptos a defender os interesses do movimento, criando um senso crítico nesses jovens, de maneira que eles não sejam apenas pessoas do campo, estamos vendo a maneira mais honesta de se educar, que é quando se deixa claro quais são os verdadeiros motivos pelo qual o aluno senta na cadeira das salas de aula todos os dias.
A Fundação Odebrecht, criada em 1965 e instalada no sul da Bahia mantém projetos nesse sentido. Um deles é a Casa Jovem, que mantém mais de 1.000 jovens e crianças incluídas em um processo de formação voltado para o trabalho rural, levando em conta a realidade de cada um, que dentre muitos motivos, principalmente formação familiar, não iriam abandonar o campo.
É um caminho plausível, e segue a lógica de quanto maior a interação pessoa/comunidade, maior são as chances de se obter resultados positivos.
quinta-feira, 6 de setembro de 2007
O jovem e o meio
Escrito por Carolina Scorce às 17:45
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
Concordo em gênero, número e grau com a interação ensino/meio tratada no texto.
No entanto, me veio um problema à cabeça: isso é totalmente possível?
Pensando pela ótica da diversidade mesmo, num ambiente periférico todos convivem com a tríplice violência-precariedade-preconceito. Normalmente, as crianças e os jovens desse meio freqüentam as escolas públicas próximas. Considerando uma favela localizada num bairro de classe média e que a escola tenha alunos tanto da "favela" quanto do "bairro" (como se fossem duas coisas distintas), seria concebível, DE ACORDO COM OS MORADORES DESSA COMUNIDADE E DA INSTITUIÇÃO PÚBLICA RESPONSÁVEL POR PROVER A EDUCAÇÃO DESSE LOCAL, a existência dessa interação com a realidade cruel de alguns de seus estudantes, já que a mesma seria exposta a todos?
De forma consciente e HUMANA, eu responderia que PRINCIPALMENTE as crianças que não vivem na favela deveriam ter noção dos problemas ali encenados, deveriam ter noção da realidade próxima, mas alheia.
Só não sei responder de forma prática se isso é humano para alguns seres humanos.
Postar um comentário