sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Eu tô falando de pessoas




Mais de 40 milhões de analfabetos no Brasil, 14 bilhões gastos ao ano pelo governo devido os alunos repetentes.
São números, apenas dados, não nos levam a pensar que estamos falando de pessoas, famílias, sentimentos de tristeza e angústia e que estes estão sendo “contados”.

Não quero falar sobre números, quero falar sobre pessoas.
Coloquei a disposição dois (2) vídeos, produzidos pela EDER FILMES. Os documentários retratam a vida real, expõe o descaso que sofrem os que fazem uso de um sistema de ensino ineficaz.

São pessoas que mesmo sem uma formação escolar, pensam e refletem muito melhor que as nossas “ilustres” autoridades políticas. E elas pedem, pois sabem do que precisam e têm direito, professores capacitados e principalmente estimulados a ensinar, pedem respeito e que as escolas ensinem além do essencial "ler e escrever", mas sim que ensinem suas origens, sua história, o porquê de tanto preconceito e como enfrentá-lo.

O governo tem de ter uma visão mais ampla, como exigir professores estimulados se o seu salário não sustenta sua própria família? Como fazer as crianças irem às escolas, se aos 5/6 anos precisam trabalhar para ajudar a família à triste definição de sobreviver?

No vídeo
"A ESCOLA SERVE PRA QUÊ?" uma senhora diz que existem os fracos e os que têm oportunidade de aprender. Pense. Ela se denomina fraca por ter que trabalhar desde nova e não saber ler. Mas quem é o fraco dessa história? Ela ou nosso governo que nos faz pagar impostos sobre tudo e desvia esse dinheiro para luxo próprio? Dinheiro esse que deveria ser usado para a educação. O caso é que sempre dá para desviar mais. Principalmente quando há a necessidade de pagar seus advogados quando "a coisa fica feia".

“Brasileiro hipócrita que só vira patriota em época de Copa”


VÍDEOS:
"A escola serve para quê?"
http://www.youtube.com/watch?v=3JZzSed3loM

"A escola gerando traumas"
http://www.youtube.com/watch?v=E1eFnDI7bOA



Por Maria Gabriela Dias Leite.

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

A origem do problema





Atualmente as pessoas se concentram muito nos problemas estruturais do ensino superior, mas a desorganização e o sucateamento das universidades é conseqüência de um problema mais complexo, e que exige não só maior organização dos órgãos competentes como o engajamento de todos os setores da sociedade, nos precários ensinos fundamental e médio.


A desorganização dos responsáveis pelos setores de ensino fundamental e médio não é nova, mas mostrou força quando entrou em vigor a aprovação automática dos alunos que se matriculam nas escolas estaduais de São Paulo, onde a nota do aluno toma caráter secundário e a prioridade passa a ser sua freqüência às salas de aula.
Se o conhecimento do aluno passa a ser secundário, e isso é transmitido dessa forma para estudantes entre 15 e 17 anos, não é preciso ser nenhum especialista para prever o desinteresse dos alunos pelo conteúdo das aulas e a inevitável absorção do professor por essa atmosfera.


Partindo desse ponto, quantos desses que cursarem o ensino médio público conseguirão acesso a essas melhorias e benefícios feitos no ensino superior sem um complemento externo? É preciso olhar a origem do problema.


Dar incentivo e motivação principalmente à criança quando inicia sua alfabetização. É preciso despertar o interesse pelo conhecimento e ensinar a criança como utilizá-los de acordo com sua personalidade. Formar cidadãos que além de identificar os problemas sociais do seu meio, consigam com a educação adquirida, pensar em uma solução para os mesmos.

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

O princípio de um erro


Simplista pensar que somos quem somos porque assim fomos ensinados a ser. Como se o ser humano, que é de natureza complexa, não possuísse vontade e pensamento próprio, originado de sua própria reflexão.

Se o nosso povo (brasileiro) não tivesse sido colonizado, e se não tivesse nos sido imposto um modelo de cultura e educação a ser seguido, talvez não se fazia tão necessário a busca por um meio paralelo de educar, já que o modelo padrão falha em sua essência.

Não falta dinheiro, e sim organização e vontade. Qualquer profissional mal pago trabalha desmotivado, por que com os professores seria diferente?

O que me intriga é: a bolsa de estudo para um médico fazer doutorado no exterior é mais importante que a merenda e os livros de um menino de 8 anos no interior do Maranhão. Os dois deveriam ser tratado de maneira igualitária, afinal ambos podem e devem colaborar para o desenvolvimento daquele Estado.

Volto aos nossos portuguesinhos bonzinhos de 1500. Os índios não eram capazes de criar o seu próprio sistema de educação?

Cultura e educação não se dissociam, se nos é imposto uma cultura, dela iremos absorver seus vícios. O Brasil foi educado, nós fomos ensinados a comprar, a desejar, a fazer pouco do que é nosso por natureza, a admirar o externo, a falar o português ao invés do tupi.

O grande problema é: fomos ensinados a absorver e não a criar.

terça-feira, 28 de agosto de 2007

Preparando números


Educação. Para alguns o ato de ensinar e aprender. Para outros um “processo de desenvolvimento da capacidade física, intelectual e moral do ser humano” que visa transmitir normas de comportamento equiparando os membros da sociedade. Para o Caio, menino de 11 anos que vende bala à noite na porta da Universidade, é a do banco da escola e o cumprimento gentil de uns poucos que passam na rua e o vêem.

Ao refletirmos sobre a definição da palavra educação encontramos muitos significados e, independente do admitido como oficial, conceituamos que toda ‘atitude nossa de cada dia’ acontece pela presença ou pela falta dela. Seja no discurso mais arrumado ou na simplicidade presente na perspectiva da criança, há semelhança em um aspecto: a educação está intimamente ligada à formação da sociedade e ao que esperamos que ela reproduza.
E é analisando a única idéia consistente e generalizada dessa reflexão que penso novamente no Caio.

Ontem o encontrei. Conversávamos sobre seu ‘desenvolvimento escolar’, se tem freqüentado às aulas e se faz uso dos materiais que a escola cede para a dita aprendizagem. Ele disse que talvez precisará de um livro de matemática, mas que nem sabe porquê (e para quê) irá utilizá-lo, que mal tem essa matéria e que não é em números que ele conversa por aí.

O Caio, como muitos outros alunos desse sistema educacional precário, aprende matemática em uma velocidade inversamente proporcional à sua transformação em só mais um número nas estatísticas de política educacional e, se consegue fazer uso do pouco que lhe é disponibilizado em um ensino fajuto, é para aprender a dar o troco certinho a quem compra a bala que vende no farol.

Esses meninos e meninas órfãos de uma base de desenvolvimento sólida e de uma estrutura de ensino forte são a reprodução massificada de uma sociedade doente, de uma sociedade que não enxerga suas crianças, mas as contabiliza para uma pesquisa futura.

Hoje eu direi ao Caio para "esquecer" a matemática. Vou lhe falar boa noite ‘em’ História Brasileira, que é pra ver se ele compreende que o futuro é ele e é dele.

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

A Educação e um novo meio de Conscientização


A sociedade contemporânea vive um momento de transformações. O mercado de trabalho exige das pessoas informação e conhecimento. As pessoas devem possuir pensamentos críticos. E o início de desenvolvimento disso é na escola. Porém a educação no Brasil está falida. A Lei de Diretrizes e Bases, que rege como deve ser a educação no Brasil, muitas vezes não sai do papel. Há diversos fatores para que isso ocorra, a falta de investimentos do governo na educação e a não estrutura familiar que reflete a sociedade brasileira.

Após a independência do Brasil, a escola possuía pensamento positivista, ou seja, exaltar os grandes, que fizeram parte da história. O discurso positivista e progressista revelava uma visão da ciência histórica que atendia aos interesses de oligarquia que visa confirmar o seu poder, ao mesmo tempo em que consolidava a imagem de uma nação. Os programas foram criados com o intuito de reforçar as idéias de nação. Há o interesse do poder, para que a população não reflita sobre a sociedade, para sim, impor seus ideais e as pessoas absorvam naturalmente.

Hoje, vivemos em um momento diferente, porém, algumas vezes, o modo que alguns professores ensinam seus alunos é parecido como era na época. Em uma didática de decoração, resultando na não obtenção do pensamento crítico do aluno.

A escola de fato está privilegiada a poucos, ou seja, àqueles que possuem dinheiro para pagar um colégio particular. Aqueles que não possuem tal oportunidade ficam a mercê da educação pública, que está falida. Uma nova forma de educação está surgindo para os jovens que são excluídos da "educação perfeita". É a chamada educação alternativa, um novo meio de conscientização, aplicando uma metodologia diferente da escola normal.

Nesse blog mostraremos exemplos e resultados de pessoas que sem incentivo nenhum conseguem mudar a visão de muitos jovens. Porque não é o povo que tem que temer o poder e sim o poder que tem que temer o povo.