domingo, 30 de setembro de 2007

A maior e mais preocupante diferença

Não é difícil ver as diferenças entre uma escola particular e uma escola pública. Podemos dizer que elas existem por toda parte, tanto no ensino, como na estrutura. Mas existe uma diferença muito maior, que é também a mais preocupante, a diferença social.

Nos meus tempos de colégio, sempre estudei em colégio particular. Esse colégio estava localizado ao lado de um colégio da rede pública, eram vizinhos, e era clara a diferença com que alunos dos dois colégios se olhavam. Não era preciso nem conversar ou conviver para perceber tal diferença, bastava prestar atenção à hora da saída. O repúdio com que ambos se olhavam, o “pobre” por ser pobre, e o “rico” por ser rico.

Mas diferente da escola citada no texto anterior, escrito por Ricardo Simões de Carvalho, a diferença social era algo muito trabalhado no meu antigo colégio, e de forma positiva. Desde 1993, existe o Departamento Social Santa Júlia Billiart, que surgiu de uma iniciativa das Irmãs da Congregação de Nossa Senhora, com finalidade de ajudar famílias que viviam em uma antiga região industrial constantemente prejudicada pela chuva e que tinham que migrar para outros lugares por causa disso.

O departamento começou atendendo crianças de 7 a 14 anos com um projeto de reforço escolar em complemento à escola, e com o passar do tempo estendeu seus projetos atendendo crianças de 4 a 6 anos, além de um público adulto com atividades como informática, música e trabalho artesanal para grupos da terceira idade.

Além do quadro de funcionários a instituição conta com parcerias (público/ privado) e voluntários que contribuem e possibilitam o funcionamento da casa.

Como eu já havia dito, a questão social é algo muito bem trabalhado no Colégio Rainha dos Apóstolos, com isso, alunos que se interessam pelo assunto e que são contra os olhares preconceituosos lançados na hora da saída, podem ajudar no projeto como voluntários, passando para as crianças um pouco do conhecimento privilegiado que aprendem por terem condições de estudar em um bom colégio.

Está aí uma prova que existem colégios particulares que se preocupam em passar para seus alunos que o preconceito que existe entre o “rico e o pobre” é o que realmente deve ser olhado com repúdio. E que se há a oportunidade de ter uma condição de ensino melhor do que a de outras pessoas, isso deve ser dividido.

Fica aí mais um exemplo de iniciativa que pode dar início a uma futura mudança na área da educação.

Cotidiano

Colégios particulares também podem ser considerados um método alternativo de ensino, uma vez que o conteúdo das aulas é diferente da educação oferecida pelos órgãos públicos. Alguns colégios particulares oferecem bolsas de estudo a alunos que são filhos de funcionários, dando um ensino de qualidade à criança e mantendo o rendimento mensal da família.

Porém, esse trabalho pode ajudar a segregar as crianças, filhos de funcionários e alunos regulares, quando aplicado da forma que é feito no Colégio Santana, na zona Norte de São Paulo.
Da primeira a quarta série os alunos beneficiados com a bolsa de estudos assistem às aulas em salas separadas daqueles que pagam as mensalidades.

Louvável a atitude de oferecer uma oportunidade para essas crianças, filhos de funcionários, de competir com equilíbrio com as crianças de famílias com mais recursos. Mas infelizmente ela fica ofuscada por essa medida sem explicação cabível da separação dentro da escola entre "pobres" e "ricos".

O ambiente escolar faz parte do cotidiano da criança, é importante desde o início que nesse ambiente a criança aprenda, além da matemática, a conviver com as diferenças e diversidades étnicas, sociais e religiosas existentes no nosso país. Mas parece que nesse caso, algumas escolas estão lavando as mãos e deixando de contribuir com uma mudança significativa no modo como encarar desigualdade no Brasil, tanto para o filho do "pobre" quanto para o filho do "rico".

sábado, 29 de setembro de 2007

A música muito além do entretenimento

A música se faz presente no cotidiano da maioria das pessoas e a força que ela representa passa muitas vezes despercebida por nossas cabeças.

A música não serve só para nossa diversão ou para recordamos boas e más lembranças. Ela mostra toda sua força não ao nos emocionar com suas letras ou melodias, mas ao revelar o seu poder político e, principalmente, social.

Em entrevista, Josely de Moraes Antonio, 38, professora de Música e Contestação da Universidade Metodista declarou “ Me formei em Composição e Regência após ter participado de um projeto social dentro do Projeto Cordas, aí eu pude ver a evolução que a música traz para crianças e jovens carentes. A música forma o cidadão , ela o ajuda a formar opiniões políticas, sociais, constrói ou recupera valores.”

Ligados ao mesmo pensamento está a Associação Meninos do Morumbi que é formada por mais de 4.000 crianças e adolescentes da cidade de São Paulo. A maioria é moradora dos Bairros de Campo Limpo, Paraisópolis, Morumbi, Vila Sônia, Jardim Jaqueline, Real Parque, Caxingui, e Munícipios de Taboão da Serra e Embú. O grupo, criado por Flávio Pimenta em 1996, tem na prática musical uma forma de criar alternativas contra as drogas e à delinqüência juvenil.

A música traz a esses jovens integrantes do grupo a oportunidade de expressão e de serem valorizados por algo que fazem, traz a disciplina e os ensina a ter força de vontade. Construindo uma nova história pessoal num novo contexto. Surgem novas áreas de competência em suas vidas, passando a ter uma nova identidade e a se compreender como cidadão.

Através do projeto e da música, os Meninos do Morumbi dão voz à fome, à exclusão, ao abandono, às desigualdades sociais, às situações de risco pessoal e social que vivem.

É o papel formador e transformador da arte como um grito de vitória sobre a sociedade, porque eles conseguiram driblar todo o sofrimento usando nada mais que seus corpos e sentimentos de esperança.




" ...o projeto é mais que um desafio, é uma luta, onde os tambores, como clarins guerreiros, chegam para provocar um canto, onde o direito à liberdade ao respeito, à dignidade, à vida e ao ser cidadão, tornam-se instrumentos para a construção da cidadania e dos direitos humanos".
(trecho retirado do site Meninos do Morumbi)


Conheça projetos similares:

- Afroreggae

- Coral Baccarelli

Indicação de filme relacionado ao assunto : A voz do coração.


Por Maria Gabriela D. Leite

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Uso de métodos alternativos dentro da escola

A educação alternativa não é somente um método diferente de educação aplicado fora das escolas "normais". É também um meio alternativo que pode, e deve, ser disponibilizado em toda instituição de ensino.

Uma pessoa ao escolher a profissão de educador deve possuir idéias de caráter metamórfico. Problemas de falta de atenção, indisciplina, desmotivação e baixo rendimento escolar são frutos também de uma aula mal preparada pelo professor.

O Ministério da Educação põe a serviço do professor alguns livros de apoio, são os materiais didáticos. Infelizmente, muitas vezes, dependendo dos alunos e do ambiente que os mesmos estão inseridos, esse sistema didático não traz resultados positivos. É aí que entra a percepção e a criatividade do professor e toda a sua capacidade de se adequar a novos rumos.

Há outros meios a serem explorados para que a sala desenvolva um aprendizado satisfatório. Em muitos colégios esse sistema de ensino formal horizontal, ou seja, o professor fala, escreve na lousa e o aluno só presta a atenção, não desenvolve o interesse por parte dos aprendizes. A intenção em desenvolver métodos alternativos de captação é levar os alunos à compreensão e ao estudo de maneira satisfatória, prazerosa e atraente. Criando condições que favoreça a absorção do aprendizado, tornando a sala de aula um caminho de via dupla.

Muitos professores desistem facilmente ao tentar alcançar a dita "educação perfeita". Quando uma classe não alcança o objetivo traçado pelo educador, fazendo bagunça e dispersando-se nas aulas, é dever dele parar e refletir sobre o que há de errado, se o erro vem por parte dos alunos, ou se suas aplicações é que estão sendo incoerentes. Sempre é mais fácil culpar o outro do que a si mesmo.

domingo, 23 de setembro de 2007

Caminhando lado a lado

O Dia Nacional de Luta da Pessoa Portadora de Deficiência, foi celebrado essa sexta-feira, 21, com uma edição especial do programa Ponto a Ponto, da TV do Banco do Brasil, dedicado à discussão sobre a cidadania da pessoa com deficiência. No Brasil, existem cerca de 25 milhões de pessoas com deficiência.

O ministro da Secretaria Especial dos Direitos Humanos (SEDH), Paulo Vanuchi, anunciou que na próxima semana, o governo encaminhará projeto à Câmara dos Deputados para ratificação da Convenção da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, assinada pelo Brasil e outros cem países, em março deste ano, em Nova Iorque (EUA).

A finalidade desse projeto é mudar a forma de tratar as pessoas deficientes na educação com um sistema educacional inclusivo.

No próximo dia 26, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciará o plano social de inclusão da pessoa com deficiência, em que defenderá ações práticas para que as escolas tenham acessibilidade, salas de recursos e outras ações que permitam a igualdade de oportunidades na educação.

No papel, por enquanto, toda essa teoria está muito boa. Recursos são necessários para um programa de inclusão educacional dar certo. Escolas e professores precisam estar capacitados. Ser diferente é normal, mas há a necessidade de apoiar e atentar para as dificuldades de uma forma singular.


Fonte:
MEC

sábado, 22 de setembro de 2007

A música como inclusão social

Criada em 1996 pelo seu fundador Flávio Pimenta, um conceituado músico, a Associação Meninos do Morumbi é hoje um projeto sólido e muito conhecido. Atendendo a mais de 4.000 crianças e adolescentes, vê na música uma alternativa para afastá-los de um mundo onde a violência, as drogas e a marginalidade se fazem cada vez mais presentes.

Parceiros como a Sadia, Grupo Pão de Açúcar e Cultura Inglesa, fazem com que a Associação realize seus projetos e consiga manter toda sua estrutura. A música de qualidade faz com que os integrantes do projeto sejam vistos pela sociedade, elevando assim a auto-estima de cada um deles, e fazendo com que sejam vistos como cidadãos.

Além da música, a Associação mantém outros projetos, como por exemplo o Jovens Escolhas em Conexão com o Futuro. Em uma parceria com a empresa Teletech, foi iniciado um projeto de capacitação para jovens que tenham entre 15 e 18 anos atuarem profissionalmente na área de call-center e atendimento ao consumidor. Tinham como prioridade o aprimoramento da linguagem oral e escrita, e a expressão verbal, além da informação sobre a boa conduta em um ambiente empresarial. O projeto foi finalizado e hoje 11 jovens trabalham na Teletech e o que era um projeto se tornou um Programa de Conexão com o Futuro e outras parcerias foram formadas.

A Associação Meninos do Morumbi, é um exemplo de que a educação vai além das Ciências Exatas que estudamos na escola, é muito mais do que isso. É capacitar, ensinar, incentivar e fazer com que essas crianças e adolescentes não se sintam apenas alfabetizados e sim cidadãos, fazer com que se sintam capazes de fazer a diferença no futuro e participar ativamente dessa sociedade que perde cada vez mais a sua credibilidade.

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

A culpa é de quem?







A ONG Passatempo Educativo que atua na área de educação há sete anos, procura um meio de colocar em prática o seu mais novo projeto, o Recreatur. Com o objetivo de levar o conteúdo passado nas salas de aula para o cotidiano fora da escola, o projeto organiza passeios temáticos, resgatando também as memórias recentes dos bairros da cidade de São Paulo e valorizando o local. O roteiro passa pelo Jardim Zoológico, Museu do Ipiranga e Parque do Ibirapuera.


Segundo a vice-presidente da ONG, Carina Cintra Fernandes, para que o projeto possa alcançar a meta de visitar uma escola por dia letivo seria necessário um investimento de R$ 115.000,00 por ano. Infelizmente é que depois de apresentado o projeto, é colocado um prazo para sua execução, porém nossa doutrina, inspirada em Roberto Campos, permite um prazo para a realização desses projetos ligados à cultura e cidadania, e esquece de datar um prazo para os investimentos.


Caso não arranje um patrocínio até o final do ano de 2008, o projeto não será realizado de forma mais ampla e gratuita. Cintra lamenta a ausência de patrocínio, pois à partir daí para continuar desenvolvendo o programa, as visitas da ONG serão cobradas dos alunos. “Infelizmente seria cobrado por volta de sete reais por criança. Uma pena, já que a ONG trabalha com escolas da rede pública”. Mesmo com a arrecadação com os alunos, o projeto não atingiria o seu potencial de visitar uma escola por dia letivo.


Frutos colhidos de uma educação baseada em burocracia, regras e restrições rígidas para ações ligadas ao desenvolvimento social e de “pernas abertas” para o crescimento econômico. O que é mais fácil no Brasil? Tentar elevar o nível da educação e valorizar nossa cultura, ou abrir uma usina de etanol no meio da Amazônia?

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Palavra do Professor


Os educadores não estão apáticos à situação educacional encenada em nosso país. Desmotivados, no mínimo. E com justa causa.

Entre os dias 13 e 16 de setembro, ocorreu o Fórum Mundial de Educação (FME) Alto do Tietê. Sediada em Mogi das Cruzes, SP, mais de 20 mil pessoas, em sua maioria atuantes do ensino público de 11 municípios das redondezas, compareceram às palestras e debates para trocar experiências e pôr em foco “O protagonismo na diversidade”, tema principal do FME deste ano.

Desde a multiplicidade de saberes e conhecimentos presentes na América Latina até a contextualização do estudante no currículo escolar pré-ditado pelo Ministério da Educação, educadores e profissionais da área se dispuseram a encarar de frente a realidade vivida dia-a-dia em sala de aula e, demasiadas vezes, negligenciada: a heterogeneidade do ambiente escolar.

Nivelar culturalmente pessoas de realidades tão distintas é um trabalho difícil. Em São Paulo, berço da desigualdade social, ser professor de escola pública é uma missão extraordinária. Além dos problemas de aprendizagem por déficit de conhecimento, ocasionado justamente pelos diversos contextos encontrados numa sala de aula de qualquer escola pública da Zona Sul de SP, o professor tem que lidar com um problema imposto pela própria instituição de ensino: o currículo escolar.

A professora do Instituto de Artes, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Ivete Maria Ávila Fernandes lembra de seus tempos como educadora de rede municipal de ensino de São Paulo. Num certo momento aplicou em aula uma música do compositor brasileiro Heitor Villa-Lobos, as Bachianas Brasileiras, que trata sobre o trem. No entanto, considerando que a realidade dos transportes ferroviários não abrangia nenhum deles, os alunos pouco entenderam a obra. Em conjunto com a escola, Fernandes firmou um projeto pedagógico extracurricular abordando desde os sons até o processo de industrialização permeado pelo trem, e dessa forma agregou um sentido à atividade discutida em sala.

"Na escola, o que manda ainda é a cartilha. A instituição pega o livro didático, aplica por ordem de capítulo e quando chega quase no fim do ano, entra em pânico ao perceber que não chegou nem na metade", comenta Cláudio Sanches, consultor do projeto Aprender a Ser, também presente na FME.

O sistema educacional atual não inclui nem o aluno e nem o professor. Não é só a baixa remuneração e as duplas, triplas jornadas que desanimam os mestres. Podados da capacidade de pensar e criar, tornam-se marionetes de uma peça com roteiro estagnado.



Para ler os artigos consultados como fonte alternativa, clique aqui.

Inclusão nas escolas, exclusão no âmbito físico

Apenas 4,8 % das 174.894 escolas públicas de educação básica têm sanitários adequados para estudantes com deficiência físicas. É de grande exemplo o projeto feito pelo governo para incluir crianças com algum tipo de deficiência nas escolas normais. Porém, antes de mais nada é necessário possibilitar acessos em todo o campo escolar. A criança poderá se sentir bem ao conviver com coleguinhas que a aceitam, mas se sentirá frustrada quando se deparar à realidade e começar a encontrar obstáculos à sua frente. Em sua consciência sentirá que não pensaram nela, e dessa forma achará que é uma excluída.

É muito saudavel para a criança crescer com as diferenças e tratá-las de forma natural. Assim, no caminhar de sua vida terá outro olhar e outros pensamentos em relação a portadores de deficiência.

Outro obstáculo enfrentado para que esse projeto se idealize é a não capacitação dos educadores à esse respeito. No meu modo de ver, é muito complicado o professor usar a LIBRA, comunicação dos deficientes surdos e mudos, e ao mesmo tempo conseguir dar uma aula normal para o resto da sala. Poderá até ser possível, mas há a necessidade de incentivo e preparação por parte dos educadores, há a necessidade de comprometimento e isso o governo não faz.

É uma ótima idéia por parte do Ministério da Educação tentar essa inclusão na escola. Mas há hipocrisia neste sentido. Como é possível incluir essas pessoas sem adaptar o ambiente escolar à suas deficiências? Não tem como tratar a inclusão de deficientes sem espaço físico apropriado.

domingo, 16 de setembro de 2007

Educação especial

"Promover e articular ações de defesa dos direitos das pessoas com deficiência e representar o movimento perante os organismos nacionais e internacionais, para a melhoria da qualidade dos serviços prestados pelas Apaes, na perspectiva da inclusão social de seus usuários."

Essa é a missão da APAE, Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais, fundada em 6 de março de 1968. É uma entidade particular, de caráter filantrópico que atende crianças, adolescentes e adultos portadores de deficiência mental associada ou não a outras deficiências ou autismo.
O centro educacional de apoio à inclusão da APAE de São Paulo, tem como objetivo promover a educação em todos seus aspectos, desenvolvendo ao máximo o potencial intelectual e as habilidades de cada aluno.

Quando falamos em fatores que atrapalham na melhoria da educação não podemos nos esquecer de um outro fator culminante na sociedade na qual vivemos, o preconceito. É óbvio que uma pessoa que tenha uma deficiência mental, uma pessoa especial, não poderá ter o mesmo ritmo de aprendizado estudando com uma pessoa dita "normal", mas isso não significa que ela não possa aprender e conquistar seu lugar no mercado de trabalho. Todos necessitam da base para a vida, seja rico, seja pobre, seja negro, seja branco, afinal nada nem ninguém é igual. O importante é fazer a diferença.

A APAE é uma entidade que visa fazer essa diferença, fazendo crianças, adolescentes e adultos especiais conseguirem se descobrir no mundo e na vida. E o mais importante, sendo feliz.

sábado, 15 de setembro de 2007

O outro lado da favela

Para muitos, a favela é um lugar onde os ensinamentos passados não são voltados para o bem. Os moradores, expostos diariamente ao tráfico, a violência, ao desemprego, a miséria e a tantas outras “coisas ruins” sofrem constantemente o preconceito da população, pois são vistos como favelados, logo, más pessoas.

Com cerca de 120 mil habitantes, distribuídos em um espaço de aproximadamente 1 milhão de m² temos a favela do Heliópolis, considerada a maior de São Paulo e a segunda maior do Brasil e da América Latina. É comum, ao transitar pelas ruas do Heliópolis, ver no rosto das pessoas que passam de carro por ali a expressão de medo e de desprezo, exemplo do preconceito sofrido por essa comunidade. Sim, prefiro chamar de comunidade.

A UNAS – União de núcleos, associações e sociedades dos moradores de Heliópolis e São João Clímaco – atua dentro do Heliópolis a mais de 35 anos trabalhando para a melhoria da comunidade em diversos setores, entre eles: moradia, infra-estrutura, educação, esporte, saúde, cultura e lazer. Formada por uma diretoria eleita pelos próprios moradores e com apoio financeiro de doações voluntárias e de parcerias com empresas como a Unilever, a UNAS vai levando à frente seus diversos projetos.

Um deles é o Parceiros da Criança, um dos primeiros projetos da UNAS lançado em 1998, tem como objetivo resgatar a cidadania de 240 crianças de 7 a 14 anos, oferecendo atividades para complementar os ensinamentos passados dentro da sala de aula, através da arte, recreação, incentivo a leitura e a escrita. O projeto utiliza educadores da própria comunidade, o que gera um incentivo para que não desistam de suas missões. Além disso, os educadores passam por uma constante capacitação para ministrar as diversas atividades passadas às crianças. O Parceiros da Criança também se preocupa com o restante da comunidade, e cede seu espaço para reuniões, desenvolvimento de outros programas educacionais e culturais, e eventuais necessidades do Heliópolis.

Está ai mais um exemplo de que nós não podemos reclamar e esperar do governo uma melhoria para situação da educação de braços cruzados. A iniciativa e o voluntariado são fatores essenciais para o começo de uma mudança significativa para o futuro de nosso país. Conhecendo um pouco mais sobre cada comunidade, podemos ver que a favela não é só um lugar de más influências, apta a formar marginais, ela também tem como integrantes, pessoas que se preocupam com o futuro dos que vivem ali. É o outro lado da favela que a maioria não tem nem curiosidade ou interesse em saber que existe.

Quem tiver curiosidade em saber um pouco mais sobre a UNAS e seus projetos, clique aqui. Vale a pena conferir e participar.

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Exemplos de Sucesso

A Escola Municipal Dr. Moacyr Bacelar Nunes, em Coelho Neto, Maranhão, situada numa região muito pobre da periferia da cidade, realizou, com a ajuda dos alunos e professores, uma campanha para alfabetizar os pais de alunos que não sabiam ler e escrever. Orientados pelos professores, os alunos voluntários se tornaram alfabetizadores e passaram a levar exercícios para os pais fazerem em casa.

O projeto obteve ótimos resultados. Com a ajuda voluntária de alguns alunos, a escola também desenvolveu um projeto de capoeira. Todos os sábados, os alunos repassam seus conhecimentos aos outros alunos e aos moradores da comunidade – o que tem feito baixar o índice de evasão escolar, pois só pode participar do grupo de capoeira o aluno que freqüenta a escola. Esporte e estudo são aliados nessa ação solidária.

Na cidade de Jaboatão do Guararapes, Pernambuco, desde 1989 o Grupo de Apoio à Criança e Adolescente Rua Linha E faz um ótimo trabalho. Ao observar um grande número de crianças nas ruas realizando pequenos furtos, os voluntários decidiram intervir. Começaram a trabalhar com elas e descobriram que muitas dessas crianças evadiram-se da escola ou foram expulsas por mau comportamento. “Adaptamos nosso ensino a elas, fazendo a ponte escola–família. Daí em diante, conquistamos a confiança de todos.”

Para surpresa da escola, os pais das crianças solicitaram aulas noturnas para que eles próprios aprendam e possam assim ajudar no dever de casa dos filhos.

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Responsabilidade Social

O site GD - Jornalismo Comunitário, do respeitado jornalista Gilberto Dimenstein, listou mais de 60 ações nos campos da educação, lazer, segurança, música, recuperação, saúde, social, diversidade, pessoa com deficiência, poluição e trânsito que funcionam como um laboratório de experiências bem sucedidas na cidade de São Paulo.

Em todas as ações é notória a funcionalidade que a parceria público/privado exerce nas comunidades deficientes de condições que propiciem o bem-estar social àquelas pessoas. O que muitas vezes falta é cumplicidade entre as iniciativas privadas e as políticas públicas. O Estado existe para organizar e estruturar a sociedade, provendo as necessidades básicas de cada indivíduo, para que possam construir sua própria sorte. No entanto, nem a comunidade nem o grande empresariado estão isentos de suas responsabilidades como parte ativa da composição do tal bem estar social.

Em uma das esquinas da região de Pinheiros existe o que poderíamos apelidar de 'táxi com responsabilidade social'. Tudo começou porque um dos taxistas é pai de um aluno da escola municipal Olavo Pezzotti. Sempre que o taxista via um aluno da escola cabulando aula tentava persuadí-lo a voltar para a sala de aula. O clima educativo tomou conta do ponto de táxi, e agora sempre que podem os taxistas dão carona aos professores e alunos.

O reflexo veio no aumento da freqüência dos discentes, e a conseqüente melhoria nas notas.
Afinal de contas, se preocupar com como anda a formação daqueles que num futuro próximo impulsionarão as demais gerações é interesse comum.

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Jovens infratores necessitam ainda mais de educação

A escolarização é dever do Estado para com a sociedade. A privação da liberdade do adolescente pelo poder judiciário, ou seja, interná-lo na Fundação Casa (antiga Febem), em nada altera esse dever. Quando um jovem fica interno constitui unicamente na privação do direito de ir e vir, ficando preservados os demais direitos da pessoa humana.

Contudo, existe um planejamento escolar na Fundação Casa, ministrados por professores da rede estadual de ensino. Mas, como esse sistema é precário, há muitos problemas na educação desses jovens. Após uma rebelião, os internos ficam confinados durante uns 15 dias, afastando-se das salas de aulas. Infelizmente esse afastamento é cotidiano e normal, pois as unidades não oferecem estrutura mínima para a prática de ensino.

Em 2003 o educador físico Henrique Sanioto lançou um desafio para as autoridades da Fundação de Araraquara: iniciar um projeto de ginástica geral para os internos, envolvendo esportes, teatro, música e dança. Esse movimento alternativo obteve resultados positivos, o grupo hoje consegue autorização judicial para fazer apresentações fora da instituição, antes somente era feito dentro da Febem, aos seus familiares. O grupo se apresentou na 19ª Bienal Internacional do Livro, circulando livremente, sem algemas. Os adolescentes não causaram nenhum tipo de incidentes nas várias saídas. Segundo Sanioto a auto-estima dos jovens cresceu e houve uma melhoria no comportamento. Muitos artigos da Lei de Diretrizes e Bases não saem do papel.

Temos que apreciar e incentivar projetos como esse. Pessoas dispostas a reverter o quadro social do País devem ser admiradas. Porém, não devemos esquecer que a educação é papel do Governo para com a população, devemos reivindicar por uma melhoria e transformação educacional. “Os do poder” deveriam se preocupar mais com a construção de pessoas do que com a de prédios.

domingo, 9 de setembro de 2007

Além da sala de aula

Uma pesquisa realizada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), aponta que apenas 24% das escolas públicas das redes estadual e municipal de ensino fundamental possuem quadras esportivas. Esse dado mostra que o problema da educação no Brasil vai além da sala de aula, o problema não é só a condição precária de salas, professores sem incentivo e despreparados ou alunos sem oportunidades.

O esporte também é uma forma de incentivo. Lembro da minha época de escola, a aula de educação física era uma das mais esperadas, ali nos divertíamos, aprendíamos a praticar esportes, descarregávamos toda a “tensão” de um dia de exercícios de matemática ou até de provas complicadas.

Além de trazer qualidade de vida, traz diversão. De nada adianta uma escola ter a aula de educação física se não tem um espaço adequado para que elas aconteçam. Muitas vezes são essas aulas que trazem o interesse de muitas crianças para determinado esporte, e dali podem surgir muitos futuros nomes do esporte brasileiro.

É de extrema importância darmos atenção para as chamadas Atividades Extracurriculares, afinal, educação não se restringe apenas ao português e a matemática.


Fonte:
Nota 10

Ainda há soluções

A educação é a base para a vida, para o futuro. “Tapar o sol com a peneira”. É assim que o governo age em relação ao ensino público.

A realidade evidencia que não dá mais para continuar assim, a solução para o Brasil é com a melhoria da educação. Não adianta pensar em inclusão em universidades e em cotas, se o ensino fundamental e médio não dão nenhuma base e conteúdo para o aluno ingressar no ensino superior.

Em outubro de 1999 um grupo de organizações da sociedade civil brasileira lançou a Campanha Nacional pelo Direito à Educação.

A Campanha representa a ação de mais de 120 instituições de todo o Brasil, incluindo ONGs nacionais e internacionais, sindicatos, universidades, secretárias e secretários da Educação e organizações estudantis e juvenis. A Campanha quer efetivar os direitos educacionais garantidos por lei, por meio de ampla mobilização social, para que todo cidadão e cidadã brasileiros tenham acesso a uma escola pública de qualidade. O foco central dessa campanha é a qualidade.

Já está claro que para a melhoria da qualidade de ensino no Brasil é preciso investimentos no setor.

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

O "HZT" da Educação

A Universidade de São Paulo (USP) lançou um conjunto de medidas que visa promover o acesso e a permanência de alunos formados pela rede pública na entidade em 2007. Dentro destes bônus inclui-se a diminuição do número de questões no vestibular e oitocentas bolsas-auxílio para alunos com renda familiar até R$ 1500,00.

Apesar das concessões o número de alunos da Rede Pública inscritos na Fuvest diminuiu. O vice-presidente da USP, Franco Lajolo acredita que uma das razões da queda nas inscrições do ensino médio público, está no programa do governo ProUni, que direciona estudantes de baixa renda para universidades particulares, segundo publicado na revista Caros Amigos (Nº 119, fevereiro 2007).

Um método que visa suprir as falhas no sistema educacional necessita que os seus idealizadores tenham conhecimento pleno dessas falhas. O afastamento dos alunos da Rede Pública da Fuvest, pode também ser motivado pelo nível de seu vestibular. O ensino nas escolas estaduais não abrange o conteúdo exigido na prova para o ingresso na USP. Medidas como essa são um avanço sim, na relação entre USP e pobres, mas é evidente que não atingira o objetivo de aumentar o número de alunos de classes menos abastadas nas salas de aula da USP, infelizmente.Na implantação de métodos alternativos para melhoria do sistema educacional, é preciso trabalhar questões maiores de maneira séria e objetiva. Deve se basear na realidade diária do seu “alvo”, qualquer coisa fora disto não passa de demagogia, nesse caso teremos milhares de métodos alternativos que amenizam os sintomas, são bonitos e enfeitados, mas não tratam a doença.

Caminhando de um novo modo

Participei de um projeto na V.Santa Catarina –SP, desenvolvido para crianças das favelas da Espraiada e do Aeroporto , organizado pela ONG Makanudos de Javeh.
Por mais que não tenha durado muito tempo, por falta de verba, foi para mim uma das maiores lições de vida já aprendida.

O projeto era realizado nas unidades públicas de ensino da região e nosso objetivo era despertar nas crianças e jovens de 7 a 18 anos a vontade de estudar. Descobrimos, não por pesquisas, mas vendo ao vivo mesmo, que os professores ao invés de apoiarem nosso projeto, atrapalhavam a nossa entrada, por acharem que escola não é lugar para se divertir, que aprendizado e diversão não se assemelham. Percebem? O quão falha está o corpo docente destas escolas? Ignorantes a ponto de não compreenderem que estávamos ali para ajudá-los.

As crianças e jovens não conseguiam se concentrar em suas aulas já que não particavam de lazer algum , chegavam às escolas com energia além da conta! Fazíamos oficinas antes do seu período escolar, com atividades de recreação para crianças de 7 a 12 anos e oficinas práticas como artesanato, teatro , música e dança para os adolescente de 13 a 18. Resultado: os jovens chegavam as suas aulas mais calmos e estimulados a aprender e obtivemos melhora nas notas em apenas 2 meses. Estão vendo? Não é tão difícil assim, eles não são "monstrinhos" como os professores os denominam. Precisam de atenção e respeito.

Não é preciso achar um caminho novo na educação, basta caminhar de um novo modo.

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

O jovem e o meio

Qualquer assunto de cunho social que venha a ser discutido no Brasil tem de ser feito pela ótica da diversidade. Diversidade cultural, social e econômica, levando em conta as particularidades de cada região. O ensino por muitas vezes não funciona porque a metodologia e a maneira como os profissionais são capacitados não defendem os principais objetivos das dadas comunidades.

O texto deste blog ‘À Parte’, de Bruna Gonçales, evidencia isso. Quando pensamos em um projeto do Movimento Sem Terra que não tem como “ambição” diplomar pessoas, e sim formar cidadãos que estejam aptos a defender os interesses do movimento, criando um senso crítico nesses jovens, de maneira que eles não sejam apenas pessoas do campo, estamos vendo a maneira mais honesta de se educar, que é quando se deixa claro quais são os verdadeiros motivos pelo qual o aluno senta na cadeira das salas de aula todos os dias.

A Fundação Odebrecht, criada em 1965 e instalada no sul da Bahia mantém projetos nesse sentido. Um deles é a Casa Jovem, que mantém mais de 1.000 jovens e crianças incluídas em um processo de formação voltado para o trabalho rural, levando em conta a realidade de cada um, que dentre muitos motivos, principalmente formação familiar, não iriam abandonar o campo.

É um caminho plausível, e segue a lógica de quanto maior a interação pessoa/comunidade, maior são as chances de se obter resultados positivos.

terça-feira, 4 de setembro de 2007

À parte

E quando o problema não é só cultural? E quando a obrigação do Estado vai além da promoção de cidadania e atrela-se a questões sociais, envolve os direitos básicos garantidos pela Constituição que não são absorvidos e garantidos a toda a população?
Um problemão!

Nesse contexto a falta de incentivo pedagógico acaba tornando-se segundo plano. A precariedade e a não-existência de moradia, situação estampada desde 1961 pelas famílias de trabalhadores rurais, é o foco dos projetos governamentais de reintegração à sociedade.

O MST conta com 330 mil famílias (entre assentados e acampados) espalhadas por 23 dos 27 estados do território brasileiro. Devido a iniciativas do próprio movimento, 97% das crianças e jovens da comunidade conseguem cursar até a 4ª série. São 160 mil estudantes freqüentando as 1.500 escolas públicas disponíveis para a educação básica. A situação agrava-se quando esses concluintes, os que não desistiram apesar da distância e da precariedade do ensino, almejam continuar no banco da escola. Para a educação fundamental, apenas 200 estabelecimentos os atendem, e para o ensino médio o número cai para 20.

No entanto não é o fim da trajetória. Já “alheios” ao sistema convencional, em parceria com a Coordenadoria de Educação Infantil (organização criada pelo próprio MST), é promovido todo dia 12 de outubro, desde 1998, o “Encontro Nacional dos Sem-Terrinha”. Esse projeto tem como objetivo provocar nas crianças e jovens do movimento, a análise e a projeção do olhar crítico sobre as diferenças sociais e o direito de cada cidadão: “Nesse evento falamos sobre os direitos deles, sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente. Há oficinas de pintura, argila e teatro de bonecos. As crianças, por exemplo, visitam favelas e em seguida vão para aeroportos para ver o contraste, fazem redações sobre isso. As atividades variam muito de acordo com a cultura que as crianças trazem de cada estado”, explica Edgar Kolling, coordenador do Coletivo Nacional de Educação do MST.

Diante de uma situação de ‘eterna’ reclusão social, inaptos a se integrarem ao sistema convencional, o futuro das comunidades agrárias vai se formando. Sem oportunidades, talvez. Mas com consciência suficiente para defender seus propósitos.


FONTE:
MST

Boletins Informativos

http://www.andi.org.br/noticias/templates/boletins/template_direto.asp?articleid=3616&zoneid=21



segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Educação abre as portas para o uso da cidadania

Os jovens representam a parcela social mais exposta à violência, são os que mais morrem e matam. Os maiores índices ligados à violência da juventude concentram-se na região periférica das grandes cidades e acontecem principalmente nos fins de semana. Durante esse período, a violência é dois terços maiores do que os dias úteis. Na maioria das vezes vítimas e agressores são parentes, amigos ou conhecidos. Isto demonstra que após um desentendimento não encontram outra solução a não ser a violência. Esses crimes são aspectos culturais e a educação é a forma mais eficaz de transformação cultural. No fim de semana, jovens que não possuem dinheiro para atividades culturais ficam ao lado das drogas, violência e outros males que pairam sobre a cidade.

Em 2003 uma parceria entre o Governo estadual de SP e a UNESCO criou o projeto
Escola da Família, que abrem os portões das escolas nos fins de semanas. Transformando-as em centros comunitários, com o propósito de atrair os jovens e suas famílias para um espaço voltado à prática da cidadania, onde são desenvolvidas atividades artísticas, culturais e esportivas, colaborando assim, para a reversão do quadro de violência que permeia a sociedade paulista.

Nessas escolas a mais envolvimento de mútuo respeito aluno-colégio. Ao invés da criança pular o muro para jogar bola, ela pode entrar pela porta da frente, dando a entender que aquilo faz parte dele e que tem que preservar. Essas atitudes são bem vindas para a conscientização ao uso da cidadania.

Escola e comunidade devem reatar laços de parcerias para o desenvolvimento cultural dos jovens. Professores e alunos devem se tratar com o mútuo respeito e não como adversários a serem vencidos.

domingo, 2 de setembro de 2007

Só pensar e refletir não é a solução

Desigualdade. Sim, mais uma vez essa palavra, mas para falar em educação não há nada mais sensato do que citá-la. O ensino no nosso país é conseqüência da não-igualdade social e reflete na má formação de crianças e adolescentes. O tratamento clichê que essa palavra tem recebido diminui seu peso, a transforma em parte de um vocabulário dos revoltados, mas sem o peso da revolta.

Programas de inclusão como
O Fundo de Desenvolvimento do Ensino Fundamental (Fundef), criado em 1996, e o Bolsa Escola
criado em 2000, ajudaram na inclusão de crianças na escola, mas não mexeram na qualidade de ensino.
É preciso aperfeiçoar as instituições, são mais de 2,5 milhões de professores e 57 milhões de estudantes matriculados em todos os níveis de ensino e no qual apenas um terço dos brasileiros (professores e alunos) freqüentam a escola. É um dado preocupante, mas de preocupação o governo está cheio, não é mesmo? A queda no índice de repetência tem diminuído nos últimos anos o que não significa que o anafalbetismo está extinto.

O Estado gasta apenas 3 reais por mês com cada criança no investimento da educação. Não há como fechar os olhos para tudo isso.

sábado, 1 de setembro de 2007

Medicina voluntária para um sistema doente

Educação. Palavra que traz esperanças para uns, e preocupações para outros. Para alguns é a solução, para outros um problema complexo a ser resolvido. Na realidade, pelo menos para uma grande maioria, hoje é um dos maiores problemas sociais que nosso país enfrenta. Por onde começar a resolvê-lo?

Essa é uma pergunta que deve tirar o sono de muita gente, ou que pelo menos deveria. Crianças com vontade de estudar é o que não falta, professores com vontade de ensinar também não, “incentivo” vemos por toda parte, então onde estará o problema?
Muitas dúvidas surgem quando o assunto é a tão necessária educação.

Hoje se pesquisarmos sobre o assunto vamos achar diferentes métodos alternativos de ensino, criados por pessoas que têm vontade de ver mudanças nesse quadro social, e que não poupam esforços para empenhar-se nessa longa jornada de mudanças. E é isso que pretendemos mostrar aqui, um pouco dessas pessoas e trabalhos que partem de um único princípio: o de que o futuro do nosso país está nas mãos dessas “pessoinhas” que hoje fazem parte de um sistema de educação doente, e que precisa de sérios cuidados. Se os médicos, os quais são nossos governantes, não estão dando conta de curá-lo, temos nós mesmos de tomar providências. E aqui estamos nós, no papel de médicos voluntários, fazendo nossa parte, por menor que seja ela, para incentivar e divulgar essas iniciativas que com certeza são um grande passo para o início da cura dessa doença tão grave que atinge a tão necessária educação.