segunda-feira, 23 de junho de 2008

200 anos...de quê?


No dia 01 de junho de 2008 a Imprensa Nacional completou duzentos anos desde a publicação do primeiro texto de Hipólito da Costa no periódico “Correio Braziliense”. A data foi ignorada pelos grandes grupos de comunicação, nenhum espaço nos jornais impressos foi cedido para a lembrança dessa data, exceto a Folha de S.Paulo que dedicou uma página inteira no seu primeiro caderno.

“A Folha de S.Paulo foi exceção. Dignou-se a salvar uma página no primeiro caderno para lembrar seu DNA. E, como todas as exceções, serviu para desvendar a matriz do abominável esquecimento dos congêneres” segundo Alberto Dines, jornalista com 50 anos de profissão. Isso porque a matéria cita o atraso na criação da imprensa no Brasil em relação a Europa e aos vizinhos latino-americanos, mas não aponta os responsáveis pelo atraso. Que foi a censura do poder real, da Igreja e do Santo Ofício (Inquisição) segundo a historiadora Márcia Abreu.

A Folha de S.Paulo e outros impressos, como o Globo, Zero Hora e Estadão não citaram a participação do Santo Ofício, no que chama de “irremediável atraso”, devido a um defeito que está presente na história da imprensa brasileira, desde o Correio Braziliense até os dias de hoje. A forte ligação com grupos políticos, econômicos, e nesse caso, religioso.

“Acredito que o maior pecado original tenha sido, e de certa forma ainda é, a dependência excessiva e o vinculo com os interesses do Estado e, mais recentemente, do poder econômico” a declaração é de Sergio Murilo de Andrade, presidente da Fenaj. De Hipólito da Costa com o Correio “Braziliense”, até as capas espetaculares da revista Veja. O envolvimento da imprensa com poderes econômicos ou estatais influenciou negativamente na qualidade do jornalismo, quando deixa de divulgar a verdade em troca de sobrevivência. Afim de garantir a tiragem das publicações o Correio “Braziliense” omitia informações relevantes sobre as barbaridades administrativas cometidas pela corte portuguesa no Brasil colônia.

E da era Collor até o governo Lula, matérias publicadas pela revista Veja, que apesar de ter um editorial onde se diz imparcial, publica matérias extremamente tendenciosas onde adjetivos, implicância e fofocas são freqüentes, mas sem apuração dos fatos. O exemplo clássico dessa manobra adotada pela Revista Veja é a matéria do “BoiMate”, o boi que “cruzou” com um tomate, essa matéria foi publicada como uma brincadeira de 1º de abril, dia da mentira, por uma revista cientifica da Inglaterra, o repórter da Veja, assim como seu editor e todos que apuram o conteúdo da revista, publicou a notícia como verdadeira. Esse desapego pelo aprofundamento da investigação pode ter sido um motivador para o início da onda de denuncismo que toma conta da mídia impressa nos dias de hoje.

O “esquecimento” de uma data tão importante pode abrir uma discussão sobre até onde vai o compromisso dos grandes grupos de comunicação com o jornalismo e sua história, sem questionar os grandes serviços que essas empresas e grupos como Globo, Estado, Abril e Folha dentre outros, prestaram para a democratização da informação, que hoje colhemos os frutos. Os seus defeitos de nascença e seus erros cometidos nessa jornada, não são nada comparados ao bem que a imprensa prestou a toda a sociedade brasileira com sua luta por liberdade de expressão. Pois se não fosse os que vieram antes, gigantes ou não, pasquins ou jornalões, talvez ainda dependêssemos somente dos “grandes” para ter acesso à informação.

O fato de que hoje os principais jornais e revistas ignoram o dia 01/06, passa a impressão de que há certa vergonha em contar tal história. Mas a data não passou sem ser percebida, foi contemplada entre profissionais, meios alternativos de mídia e acadêmicos. Contam a história de modo que podemos identificar a repetição de erros desde a época da criação, e ao mesmo tempo lembrar a dignidade e honra demonstrada
nos momentos críticos da sociedade brasileira.


*Declarações e informações retiradas da coluna “Jornalista & CIA” do site de informação “Comunique-se” e do site Observatório da Imprensa de Alberto Dines.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Nossa paixão!


Temos que lutar para evolução do futebol brasileiro e não do “futebol financeiro”.

Apesar de ser considerado o país das bundas, da miséria, violência e muitos outros adjetivos nada construtivos, somos considerados e admirados pelo carnaval e pelo nosso futebol. E será que isso é bom ou ruim?

Que, de fato, somos o único país que participou (até hoje, pois com o Dunga como técnico não sei essa afirmação terá que mudar, rs) de todas as Copas do Mundo e o único país tetra-campeão, é verdade, e que temos os maiores estádios (uma pena não serem tão bem cuidados como deveriam) também, e isso nos tornou cada vez mais “poderoso” carregando o título junto com a evolução futebolística.

O futebol influência na sociedade e vice-versa... influência também nas armas dos políticos, na movimentação financeira gigantesca (250 bilhões de dólares por ano, segundo a FIFA) e ainda mais, nossos jogadores estão sendo vendidos cada vez mais e mais, o que antes eram apenas os “craques” que iam jogar “fora”, sempre cobiçados pelo mercado Europeu, agora são os “garotos” que já tem esse sonho desde pequenos.

Do jeito que as coisas estão caminhando, a triste notícia, é que não podemos mais encher o peito e dizer que temos o melhor futebol do mundo, nem que na próxima copa, ou até na outra, o Brasil será o favorito, e os adversários fracos.

Sustentamos nossa definição de melhor do mundo, também, pelo número de títulos a mais que carregamos, e até quando, desse jeito, conseguiremos continuar com essa retribuição merecida?
Vale a pena tentar pensar por esse lado!

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Um pouco de amor


Em meio as fases que ando observando ao meu redor, escrevi um texto, refletindo sobre os relacionamentos que nos frustram e, por muitas vezes, destróem nosso bom-humor e nossa felicidade!

Boa Viagem! hahahahaha

Não sei por quê, nós, na condição de ser humano sofremos tanto uns pelos outros a ponto de esquecermos de nós mesmos.

As vezes somos levados por sentimentos maiores que tomam conta do nosso corpo e alma, nos tornando cegos para a realidade. As pessoas que nos deixam, em vida ou pela morte, nos deixam por alguma razão. É claro que são dois fatores completamente distintos. As pessoas que amamos, quando morrem, não deixam apenas em nós saudade, lembranças, tristeza, elas deixam uma vida inteira, e provavlemente ja tinham chego ao marco final da vida. Essa dor é horrível, mas não há outra maneira de viver senão superá-la e continuar na caminhada com as lembranças, recordando sempre os momentos felizes com essas pessoas , mesmo depois de décadas, mas nunca apagando-as da memória!

Agora, as pessoas que nos deixam em vida, seja um namorado, um marido, um amigo, um papagaio ou até mesmo algum parente, por alguma traição, falta de amor, imaturidade, indiferença, seja lá qual for o motivo, nos trazem uma sensação do vazio da perda........ da perda não só da matéria do corpo, (porque ele continua com vida, diferente da morte), a perda do sentimento, a ferida que muitas vezes destrói a auto-estima e a perspectiva da felicidade. OPAAA! Mas não funciona bem assim.... a razão, por mais que nunca(quase nunca) funcione, tem que estar na consciência... As pessoas que nos deixaram, nos frustraram de alguma forma, e até de diferentes formas, nos fizeram infelizes, não? Será que elas poderiam nos trazer felicidade plena? Então, será que foi tão ruim elas saírem das nossas vidas???? Será que teria alguma outra oportunidade de ser feliz com "elas" ao nosso "lado" (não necessariamente nessa ordem)?????????????
O importante é amar que nos ama e, principalmente, amar quem precisa da gente!
Viver e aprender a ser feliz, lutar, construir pontes de união e castelos de alegrias. Como nada cai do céu o segredo é nunca abaixar a cabeça e nem dar as costas em uma batalha! A vida é uma batalha, não desistam!
Namastê!

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Social

Grafiteiros promovem oficina de arte com o apoio da Secretária Municipal de Cultura da prefeitura de São Paulo através do Programa de Valorização de Iniciativas Culturais (VAI).

A oficina aferecerá além de aulas técnicas para pessoas interessadas em se iniciar no grafite, é voltada para o público que aprecia a arte de pintar muros, e outros estilos como “stencil” e pintura em tela. E também para aqueles que não as conhece. Durante o curso os inscritos entram em contato com variados estilos de arte. As obras estudadas (na maioria de brasileiros) vão de artistas como Portinari e Tarcila do Amaral, dos urbanos da década de 70/80 Alex Vallauri e Rui Amaral, até Os Gêmeos e a recente safra de artistas. Todas acompanhadas com uma explicação de como se encaixam em seu contexto social histórico, e como influenciam na atualidade.
Segundo Daniel Silva, criador do projeto em conjunto com Ladye Negger, o objetivo principal da Oficina LixoArte é ampliar a capacidade de observação do ambiente urbano dos participantes através da arte e da cultura. Observação que julga fundamental para que consigam avaliar o que tem sido feito por parte dos governantes, da sociedade, e do próprio participante, para combater os problemas de lixo nas ruas, de trânsito e de convivência entre diferentes classes sociais, crenças e opiniões que existem na cidade de São Paulo e nas grandes cidades.
A inscrição para participar da oficina é gratuita e pode. Os artistas Daniel Silva Martins e Ladye Negger, são os orientadores da Oficina LixoArte. As atividades começaram no dia 10 de maio, e serão realizadas em um período de seis meses dentro do Espaço Tendall no bairro da Lapa/SP.

Trinta anos de Grafite Brasileiro

Em 1978 durante o Regime Militar o grafite fazia sua primeira aparição no Brasil pelas mãos do artista Alex Vallauri nas ruas de São Paulo. Fazendo uso da técnica do “stencil”, utilizada pela Escola de Paris nos anos 30, Vallauri espalhou pelas ruas da cidade a figura da Bota Preta, que simbolizava uma moça passeando pela cidade. A imagem, geralmente de uma cor só, abriu o caminho para uma geração de artistas que utilizavam espaço e materiais não convencionais para artistas da época, os muros e o spray.

A proposta de Vallauri, quando fez a primeira intervenção no espaço urbano em São Paulo, foi levar às artes plásticas além do ambiente das galerias, invadindo as ruas como uma forma de arte democrática desde o seu início. O grafite surgiu no início da década de 70 nas periferias de Nova York e chamou atenção pela primeira vez da mídia e da sociedade com artistas que fizeram uso dos vagões de trens do metrô como suporte para sua arte. Assim, suas obras percorriam a cidade toda e atingiam o maior número de pessoas possíveis.

Diferente dos jovens grafiteiros de Nova York, que vinham dos bairros mais pobres da cidade, Vallauri tinha o perfil de classe média, mas sempre fazendo arte voltada para a classes periféricas. Vallauri se formou em Comunicação Visual na FAAP (Fundação Armando Álvares Penteado) e teve a oportunidade de estudar artes na Inglaterra e nos Estados Unidos. Com seu stencil, Vallauri representa a primeira geração do grafite brasileiro, onde as artes eram compostas por imagens que habitavam o inconsciente coletivo e que representavam algum significado no cotidiano das pessoas que passavam pelas ruas de São Paulo.

No começo do grafite brasileiro, qualquer influência que não estivesse de acordo com a realidade vivida no Brasil da época era rejeitada, uma vez que a proposta era retratar o cotidiano da cidade e de seus habitantes por meio de formas e cores. Por isso era necessário que as pessoas se identificassem rapidamente com tais formas e cores utilizadas. Além do objetivo de embelezar a cidade, a liberdade de expressão e o incentivo a cultura nacional formavam o pilar ideológico do grafite, influenciado pelo movimento de renovação da MPB a Tropicália.

A segunda geração de grafite apareceu na segunda metade da década de 80. Nesse período, houve um certo distanciamento das influências nacionais, por conta da busca por uma nova forma de expressão. Formada por artistas como os Gêmeos, Binho e Zelão entre outros, essa geração foi mais aberta as influências internacionais, e agrega á ideologia de Vallauri, á técnica utilizada nos trens de Nova York. Isso aconteceu devido à abertura política que o país vivia, muitos artistas desta geração citam o longa-metragem americano “Style Wars” de 1982, como principal influência para suas produções.

Continua...